Commodities puxam o Ibovespa para baixo

O mercado começou a semana no campo negativo, influenciado principalmente por grandes ações como Petrobras e Vale. As preferenciais (PN, sem direito a voto) série A da mineradora caíram 0,21%. Já as preferenciais da Petrobras tiveram uma queda bem maior, de 1,85%, consequência direta da desvalorização de 2,47% do barril do petróleo do tipo WTI, negociado em Nova York. Já o barril do tipo Brent, negociado em Londres, caiu 2,14%. Com a queda de papéis tão importantes, o Índice Bovespa acabou fechando em baixa de 0,81%, aos 68.164 pontos. Na visão de alguns analistas, a queda acentuada é sinal de que o mercado furou a recente bolha de valorização no preço das commodities, especialmente do petróleo. Prova disso é que as ações das petrolíferas ontem caíram no mundo inteiro. No Brasil, além da Petrobras, as ordinárias (ON, com direito a voto) da OGX caíram 3,16%, a segunda maior quede do Ibovespa, atrás apenas dos papéis da Usiminas. Tirando o impacto negativo das commodities, o mercado também reflete o ceticismo cada vez maior dos investidores com a estratégia traçada pelo Banco Central para conter a inflação. "Só aumentam as críticas sobre a decisão do governo de segurar a inflação com um mix de juros mais altos e medidas macroprudenciais", diz o gestor de renda variável da Infinity Asset Management, George Sanders. O medo do mercado, segundo ele, é que o governo esteja fazendo novas experiências num momento decisivo e que acabe perdendo o pé da inflação. "O grande medo é que o BC chegue atrasado e os últimos índices de preços divulgados mostram que isso pode ocorrer de fato", diz Sanders. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de março, por exemplo, divulgado na semana passada mostrou alta de 0,79%, sendo que as previsões mais pessimistas eram de 0,75%. A expectativa é que, mais dia menos dia, o Comitê de Política Monetária (Copom) perceba que terá de ser mais duro no processo de alta da taxa de juros, lembra o gestor da Infinity. Junte-se a isso, o cenário de inflação pelo mundo, consequentemente, de aperto monetário, assim como o Banco Central Europeu (BCE) já começou a fazer. Ontem, as ações ordinárias da Marfrig subiram 2,55%, a segunda maior alta do Ibovespa, atrás apenas das ordinárias da Oi (ex-Telemar). A empresa anunciou a criação de duas joint ventures no mercado chinês, uma delas com a estatal Cofco, o maior fabricante chinês de alimentos e líder na importação e exportação de grãos do país. Os negócios ocorrem sete meses depois da Marfrig ter comprado a Keystone Foods, uma das mais tradicionais companhias de distribuição e processamento de alimentos na China. Fonte: Valor Econômico. Por Daniele Camba. 12 de abril de 2011.
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